terça-feira, 6 de setembro de 2011

Em busca dos Sons do Universo




Esqueça o Hubble. A nova fronteira da astronomia não está nos supertelescópios,mas na busca pelos sons do espaço. Sons que podem revelar o maior mistério.


O espaço sideral não é tão silencioso quanto parece ser ,ele faz barulho. Vários barulhos, só não da pra ouvir por que esses sons são extremamente sutis. Você precisaria ter uma audição absurda, maior do que qualquer coisa viva, para escutar essa sinfonia cósmica.
Então pode esquecer, mas o que não falta agora são astrônomos tentando driblar essa limitação, usando os maiores amplificadores da história em busca dos sons do Universo. E eles tem um ótimo motivo pra isso, o barulho cósmico pode desvendar os corpos mais misteriosos que existem, os buracos negros.


E se dermos sorte, os sons do do silêncio poderão trazer algo bem maior: provar que existem outros Universos além do nosso. O hábito de ouvir o espaço não tem nada de novo, há décadas os cientistas apontam antenas para o espaço com o objetivo de captar ondas magnéticas que ele transmite. 
É que todo corpo celeste, funciona como uma emissora de rádio: solta ondas que com a ajuda de uma antena qualquer podem ser traduzidas na forma de sons. 


Essa técnica, a da radioastronomia já existe desde os anos 30 e foi responsável por descobertas fundamentais da astronomia - como quasares e galáxias hiperativas. Mas nada se compara ao que os sons do Universo poderão nos revelar no futuro, conforme desenvolvermos uma nova maneira de ouvir-los: a detecção das ondas gravitacionais.



A ultima previsão de Einstein:


Talvez não exista físico com previsões mais fantásticas confirmadas que Albert Einstein. Mas existe ainda uma predição dele que escapou a todas as detecções: a existência de ondas gravitacionais. Ao perceber com sua teoria da relatividade geral, que objetos destorciam o próprio espaço ( não o espaço sideral, mas a própria dimensão de espaço, que os físicos chamam de " tecido espaço-tempo " ) Einstein concluiu que, ao se moverem, objetos produziam marolas de natureza gravitacional no próprio tecido do vazio cósmicos. 
Em outras palavras, o movimento de um objeto com muita massa, como um buraca negro, faria com que o espaço ao seu redor se comprimisse e expandisse, na forma de ondas minúsculas, igual acontece quando você joga pedra em um rio - só que nesse caso o próprio vazio faz o papel de água. Essas distorções se propagariam na velocidade da luz e, em tese, podem ser detectadas.


"Em essência o espaço vibra como um tambor"., explica Janna Levin, pesquisadora da Universidade de Columbia que trabalha com uma linha de pequisa singular: ela simula como soariam as ondas gravitacionais de alguns objetos.  " O universo tem uma trilha sonora, uma trilha que se espalha por todo o Cosmos, revelando detalhes de dramática sequência de eventos".




Todos esses sons foram adquiridos com telescópio de rádio amador:


Vários os cosmólogos defendem a tese de que tudo não começou no Big Bang...Isso é parte da ideia  cada vez mais aceita no Multiverso - a noção de que abitamos apenas um entre muitos universos. 
Uma das possibilidades é detectarmos ondas gravitacionais  vindas desses outros Cosmos, ondas que atravessariam "as paredes" do nosso Universo, revelando toda uma nova fauna cósmica além dos limites de tempo e espaço do velho Big Bang. Seria uma forma um tanto bizarra de descobrir que não estamos sozinhos...Bom, haja o que houver lá fora, nossos ouvidos estarão atentos. 


OBS:Para quem não entendeu, o som não tem propagação no vácuo. As ondas emitidas pelos objetos no espaço só viram barulhos depois de passar por receptores terrestres sendo assim convertidas em som. 
Essas ondas são transmitidas em uma forma de vibrações pelo próprio tecido do espaço. Esse tecido em tese faria o mesmo papel que o ar tem na Terra, o de propagar os sons.


Um comentário:

  1. Estou convencido de uma coisa: Os sons do universo podem nos sintonizar com algo maravilhoso e exclusivo. Digo isto por uma intuição que me acompanha a bom tempo.

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