terça-feira, 20 de setembro de 2011

O futuro das viagens espaciais

Texto: Venâncio C. Neto


Você já pensou em viajar para Estação Espacial ou para a Lua, Marte ou até as luas de Júpiter?
Visitar o infinito, saber para onde iremos e de onde viemos deve ser o sonho de muitos aqui na terra.
 Dês do ano de 1972 apos a missão Apollo 17, nem um homem se aventurou além da orbita Terrestre.
Mas até mesmo eu, um apaixonado e aficionado pelo espaço me pergunto. Poderemos mais uma vez sair da orbita da Terra, visitar o planeta mais próximo e marcar mais um grande feito na história da Humanidade? Talvez sim.
O problema é que isso custa caro, muito caro. Para se ter uma ideia, custa cerca de 1 bilhão de dólares só para retirar um foguete tripulado aqui da Terra e coloca-lo em órbita do nosso planeta. Mas esse não é o único problema que podemos encontrar no assunto viagens espaciais, o nosso maior obstáculo é a distância.
O universo é grande, muito grande. Para se ter uma ideia desse tamanho imagine que o Sol é uma bola de basquete, nesse caso a Terra seria uma ervilha. Agora imagine o Sol sendo essa bola de basquete estando localizado aqui no Brasil, a estrela mais próxima seria outra bola de basquete localizada no Japão.
O universo é realmente imenso e em questão de viagem espacial isso nos limita apenas aos vizinhos mais próximos como Lua e Marte, isso visando os projetos para exploração espacial nos próximos 40 anos.
E é pegando o embalo desse assunto que o Mecânica trás algumas possibilidades de como vencer tais obstáculos que nos proíbem de continuar explorando os arredores do nosso planeta e do nosso sistema solar. Nada sitado aqui é saído da Ficção científica e sim de possibilidades futuras, mas para que isso se concretize ainda teremos que evoluir muito além do que já evoluímos.



Nada melhor que velocidade 
Para que a humanidade possa explorar a imensidão do Universo, temos que encontrar uma forma de viajar rápido, mas muito rápido mesmo.  Atualmente a maior velocidade conhecida pelas leis da física e a da luz, cerca de 300 mil km/s. A luz é tão rápida que levaria cerca de 1 segundo para contornar a Terra 7 vezes.
A essa velocidade é possível chegar a Lua em Apenas 1 segundo. Mas a um porém, nós ainda não temos tecnologia para viajar a essa velocidade ou se quer perto dela.

Nossa tecnologia atual 
Pegue o foguete mais rápido que já construímos até hoje e se pergunte. Quanto tempo com o sistema de propulsão atual poderia chegar a estrela mais próxima? Lembrando que os foguetes de hoje podem chegar a no máximo 60 mil km/h. Bom, a resposta é simples, levaríamos cerca de milhares de anos.
Então quais outras formas poderíamos achar para percorrer grandes distâncias em pouco tempo?

Uma nave a velas
Concepção artística de uma nave a velas.
Foi Johannes Kepler   o primeiro astrônomo a imaginar a possibilidade de utilizar velas como a dos barcos para nos deslocar no espaço. Sim você deve ter achado isso estranho a primeira vista, mas é um conceito simples que alguns astrônomos persistem em acreditar que daria certo. Bom, é que no espaço a luz emitida pelo Sol atua como uma rajada de vento, que poderia empurrar essas velas enormes para que uma nave pudesse atingir uma velocidade que permitisse chegar a Marte em questão de dias.
Mas aqui entre nós, mesmo que isso desse certo, seria algo bem mais complicado do que podemos imaginar, pois a navegação com essas velas nos limitaria as viagens espaciais apenas dentro do nosso sistema solar.

Recorrendo ao Hidrogênio
Sabemos que o hidrogênio é o principal combustível do Sol ou seja, uma ótima fonte de energia. Sabemos também que ele é um dos elementos mais abundantes no espaço. Então juntando essas duas afirmações, sera que seria possível criar um motor que suga hidrogênio e o fusiona assim como faz o Sol? Segundo o astrônomo Micho Kaku da Universidade  de NY, sim.
Na teoria isso funcionaria perfeitamente , mas como sempre, a um problema.
Os cientistas ainda não conseguiram bolar uma forma de fusionar hidrogênio de alguma forma que possa gerar propulsão.

Energia de Antimatéria
Algo que parece sair da ficção cientifica mas que já foi criado aqui na Terra e a antimatéria, o oposto de tudo que conhecemos.  É algo estranho de se entender, mas em um exemplo mais simples pense nisso.


Colisor de Hádrons(LHC), onde cientistas conseguiram
capturar 38 átomos de anti-hidrogênio por frações de segundos.
Imagine se existisse um universo do outro lado do espelho , um tipo de universo paralelo onde o direito vira esquerdo e o esquerdo vira direito.
No ante universo as cargas são invertidas, o que é positivo passa a ser negativo e o que é negativo passa a ser positivo, então quando esses universos se encontram a uma explosão de energia enorme.
A conversão de ante matéria e matéria em energia é 100% eficiente, mas há um problema, há sempre um problema.
Mesmo que pudéssemos criar ante átomos em laboratório, os custos são imensos. A maior potência mundial iria a falência para criar apenas uma colher de chá de antimatéria.

Distorcendo o tecido do espaço
Mesmo viajando a velocidade da luz, levaríamos vários milhões de anos para chegar a uma galáxia, mesmo que fosse a mais próxima.Então sera que estamos condenados a nunca explorar outras galáxias se não a nossa?  Se depender dos conceitos de Einstein, podemos usar um atalho no espaço e no tempo. É o que fazem as naves de Jornada nas Estrelas.
Tecido do espaço sendo distorcido pela gravidade.
De acordo com a teoria da relatividade geral Albert Einstein, quanto maior a massa, maior a dobra no tecido do espaço. Basicamente poderíamos dizer que você não estaria indo as estrelas mas as trazendo até você.
Ou seja, seria possível dobrar o tecido do espaço e permitir que pudéssemos fazer uma viagem até a Galáxia de Andromeda, a nossa vizinha mais próxima, em questão de segundos.
Mas por enquanto, encontrar uma forma de distorcer o tecido do espaço parece estar longe da nossa compreensão, ou até mesmo da capacidade humana.

Poderemos superar as grandes conquistas dos programas Apollo e atravessar o cosmos tão rapidamente e tão facilmente como fazemos em viagens comuns de uma cidade a outra? Seremos obrigados se quisermos sobreviver como pessoas. A história já nos ensinou varias vezes que sociedades que pararam de evoluir simplesmente desapareceram.

Fontes: Neil Grasse Tyson: Museu de História Natural dos EUA  /  Michio Kaku: Universidade de NY  /  Neil F. Comins: autor de The Hazards  of  Space Travel (Os Perigos da Viagem Espacial)   / Jerry M. Linenger: autor de Off the Planet ( Fora do Planeta) / Scott Horowitz: ex. astronauta da NASA.

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